Não… não

Tudo tão comum, tudo tão mundano

Eu não tomo banho faz sei lá quanto tempo

Minha filosofia é o próprio apocalipse

Flutuando num mar de sujeira, fumaça, químicas dopantes no corpo, percepções da futilidade da existência comum Humana

Com sensações que tudo é Sonho

Minha filosofia não fala de sabedorias e diplomas

Minha filosofia fala de capas de peles e ossos de animais estradas de terra empoeiradas

Matagais convidativos

Cisternas abandonadas morada de sapos

Piratas de caçambas de lixo, de tudo que é dispensado por esta sociedade moderna

Caçadores coletores de carcaças fedorentas de animais em decomposição, ossos, peles, crânios…

A encenação social humana não me interessa

Todos ao olhar já parecem tão cansados e repetitivos

Minha filosofia é de algo estranho, esquisito e fora de qualquer sistema de enquadramento….

A Realidade é uma merda! Por isto fogem tanto dela

Para o quê a Realidade afinal?

Gosto quando ainda uivávamos para a Lua nas noites claras e estreladas

Minha Mente já não é mais como a de tempos passados…. não há retorno de tanta mutação

Hospício ou a lenta degeneração aprisionado numa existência mundana demais

Minha filosofia sussurra sobre árvores balançantes em bosques escuros e piar de corujas, do assobio misterioso saído do bambuzal numa noite de ventos e Palavras

Terra, lama, decomposição, couro de animais, ossos, matagais tomando conta de tudo…. as tentativas dos reles humanos em domar a Natureza com seu concreto e asfalto sendo rachadas, desmoronadas, destruição, enferrujamento dos seus belos carros

NeoDecadentismo apocalíptico

Retorno dos Submersos

Do Dragão Atávico

Um Manifesto interno, eu já vivo isso, vejo uma sociedade sufocada fingindo ainda andar com suas duas pernas

Mas morrendo convulsionando como um desesperado deitado numa maca de algum hospital podre e decaído

Ossos-cadáveres-carcaças-sujeira-Caos-subversão ao máximo dentro de si…. tomando formas estranhas fora de si

Codeínas, café, tabaco puro, bebidas alcoólicas, Clonazepam e qualquer outra coisa que puder por as mãos

Um Tantra pessoal

Minha Mente não consegue mais funcionar em Frequências chamadas de Normais

Depois das velhas Psilocibinas, DMT’s e etc….e depois de tudo o mais,

Estou eu aqui escrevendo isto na sala com sua lâmpada queimada, brilho da lanterna do celular, cabelos e barba compridos, corpo empoeirado… lembrando que já passei por tantos anos com seus Liber Resh, seus Rituais do Pentagrama, meditações diversas, pranayamas, conjurações, Juramentos, e etc, etc, etc, etc…

Tudo isto não significar NADA! Não te faz NADA! Mais importante, menos importante….NADA!

Ao mesmo tempo me transformou

A Mente muda, como citei

Cadáveres

Ossos

Matagais

Charcos cheio de sapos

Peles de animais

Sujeira

Noites estreladas com seres luminosos no céu

Bambuzais que assobiam

Subversão

Anarquia

Retro apocalipse

Terra

Lama

Valas naturais cercadas por enormes plantas

Fantasmas

Decadência guiada pelo Intelecto perturbado

Atavismo Animalesco

Tudo parece um Fim flutuante num Buraco Negro

O que há além de Plutão?

 

Bruxas

Feiticeiros

Eu fumo um charuto vagabundo e ouço Anarquia tocando no áudio

Os velhos Sex Pistols 

Ao mesmo tempo vislumbro memórias do Antigo

A Bruxa começa a falar

Nunca se esqueça de suas origens mais antigas

Terra, pântanos, musgo, limo, morcegos e teias de aranhas

Ossos e Sangue

Ossos e Sangue

A Besta

A Fera 

O Dragão

O Réptil de cascos e peles grossas que rasteja nas Ocultas e aterroriza a Sociedade Moderna com sua Face chamada de Primitiva

O Grande Deus Pã nunca foi tão temido

E ele está orgulhoso

A Natureza é ferida, machucada por esta Humanidade "modernizada"; e Ela se vinga! E continuará se vingando.

As velhas Bruxas, Feiticeiras.... queimadas, torturadas, humilhadas 

Mulheres e homens

Famosos e anônimos

Reverenciamos sua Memória! 

Comemos carnes desperdiçadas jogadas no lixo

Vestimos as roupas e calçados do lixo que as Classes Médias desfazem-se por simples mimo de seus Cartões de Crédito

Um dia quem sabe voltaremos a vestir peles de animais e faremos com seus couros novos calçados para caminhar pelos matagais e estradas de terra



A MOURA TORTA VIVE!

E NÓS, SOBREVIVEMOS TENTANDO, AINDA CONTINUAR EXISTIR


EXISTIR

RESISTIR

RESISTÊNCIA


Bandidos da Alma somos

Marginais do Espírito 

Piratas de todas as Coisas e Formas

Subversivos do Cosmo

Anarquistas do Caos

Xamãs de nossos próprios Infernos

 

 

QUANTO MAIS SELVAGENS E CAÓTICOS SOMOS

MAIS AUTÊNTICOS E LIVRES NOS TORNAMOS!